terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desafio do líder nos próximos anos: atingir a grandeza organizacional

Papel do líder é fundamental nesse processo
Por Camila F. de Mendonça, InfoMoney

A pouco mais de um mês para o próximo ano, novas estratégias, promessas e objetivos são traçados. Oslíderes também precisam ficar atentos aos novos desafios. E um dos principais deles é ajudar a empresa a atingir a grandeza organizacional, segundo afirmou o presidente da consultoria FranklinCovey Brasil, Paulo Kretly, em encontro realizado na última sexta-feira (26), em São Paulo.

Grandeza organizacional é quando a empresa atinge um desempenho sustentável, consegue captar clientes leais, desenvolve colaboradores competitivos e dá uma contribuição singular para o mercado. "As empresas que aliam essas quatro áreas conseguem ter um crescimento sustentável duas vezes mais rápido que as concorrentes e uma rentabilidade 50% maior", afirma.

Para chegar a esse nível, porém, o papel do líder é fundamental. "Quando você tem grandes líderes, você tem grandes equipes e consegue atingir grandes resultados", diz. Por isso, os gestores devem preparar a agenda para o próximo ou próximos anos, pois a grandeza organizacional deve estar na lista de objetivos a serem atingidos.

Desafios

Para Kretly, não faz muito tempo os ativos mais valiosos de uma empresa eram os materiais. Hoje, são o conhecimento e a produtividade da equipe. E ter isso em mente é o primeiro passo para que os líderes consigam atingir o grau máximo de gestão.

Para se alcançar a grandeza corporativa, os líderes também têm outros desafios. Um dos mais difíceis é perceber, aceitar e trabalhar a interdependência. Kretly explica que, por mais que os setores e as equipes estejam separados, eles trabalham, de maneiras diferentes, em prol de um único resultado.
Para se alcançar a grandeza corporativa, os líderes também têm outros desafios. Um dos mais difíceis é perceber, aceitar e trabalhar a interdependência. Kretly explica que, por mais que os setores e as equipes estejam separados, eles trabalham, de maneiras diferentes, em prol de um único resultado.

Não é fácil perceber as particularidades de cada equipe, desenvolvê-las e fazer com que elas "trabalhem" junta, outro desafio dos líderes que querem alcançar grandes resultados nos próximos anos. "O líder que tiver essa visão terá mais sucesso nessa década e alcançará resultados grandiosos", afirma Kretly.

Observar os colaboradores que fazem parte da sua equipe é fundamental para se chegar a esse resultado. "É preciso desenvolver indivíduos eficazes", ressalta Kretly. Para alcançar essa interdependência, os gestores devem dar oportunidades para os colaboradores se envolverem mais nos projetos. "Sem envolvimento, não há comprometimento", considera.

E nem a falta de talentos, reclamada por muitos agentes do mercado, pode impedir esse desenvolvimento. "É mais difícil, mas é possível", diz. Uma saída é o aprimoramento dos profissionais que fazem parte da equipe.
Olho na execução
Ficar atento aos resultados pode ser para muitos líderes o principal incentivo para ele e para a equipe. Contudo, para se alcançar a grandeza organizacional, portanto, é preciso verificar mais que isso. "Dar foco na execução da estratégia e não só no resultado que se quer alcançar pode fazer a diferença", finaliza Kretly.


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Atendimento: a alma do negócio

Bom dia, gostaria de saber quanto custa o produto X.
- Atualmente, senhor, não temos o produto X.
- Mas vai chegar logo?
- Não sei dizer, senhor, não fui informada. Mas, olha, o que eu sei é que a empresa Y tem e lá custa Z.

Esse diálogo é verdadeiro, podem acreditar. E aconteceu entre mim e uma atendente de uma grande empresa brasileira, sediada no Rio de Janeiro. O telemarketing passivo, hoje, só perde para o ativo, que sabe ser chato e inconveniente como ninguém. Opiniões pessoais à parte sobre o telechatomarketing, o que quero enfatizar é a urgência de focarmos esforços na preparação de bons atendentes, sejam eles telefônicos, presenciais ou até mesmo eletrônicos. A coisa está feia, com cara de que vai ficar pior. Vai aqui outro exemplo verídico, quando do fechamento de uma parceria.

- Eu poderia falar com Fulano?
- Fulano não está.
- Posso deixar um recado?
- O senhor não poderia ligar mais tarde?
- Mas você não pode anotar o recado?
- Prefiro que o senhor ligue mais tarde.

Sinceramente, a vontade era de desistir da parceria. Só levei adiante porque realmente interessava para a minha empresa.

Enquanto não acreditarmos, para valer, que o atendimento – não a propaganda – é a alma do negócio, vamos continuar patinando nas travessas nem sempre seguras da comunicação. O atendente é o cartão de visitas da organização, muitas vezes o passo inicial da negociação. Sim, todos sabem disso, mas não se preocupam em apresentá-lo, se não de forma inteligente, ao menos agradável.

E isso, pegando um outro campo de atuação, se repete no serviço prestado por agências e escritórios de comunicação, por intermédio de seus atuais ‘atendimentos’, antes chamados de ‘contatos’. Há uma diferença brutal – hoje, não se faz mais contato como antigamente. O que vemos atualmente são profissionais mal preparados, desconhecedores do assunto em pauta, em geral sem experiência alguma, que parecem mais anotadores de recados do que encaminhadores de negócios. Um bom atendimento/contato decide, ou pelo menos encaminha de forma positiva, o trabalho na primeira reunião: ele tem que captar a essência ou a dúvida do que o cliente quer.

Nos anos 1990, houve um boom em termos de atendimento: as empresas brigavam em apresentar excelentes profissionais. Mas logo, logo, por questões de custos e falta de visão, passaram a delegar essa função a estagiários ou iniciantes – nada contra estagiários e iniciantes, pelo contrário, adoro trabalhar com eles. Mas eles podem e devem funcionar como apoio para o atendimento, como uma segunda e competente voz.

A hora é essa, senhores. Do lado de cá, não mais como agência, mas como contratante de serviços, o que mais recebo como atendimento são os próprios donos ou estagiários – os profissionais específicos, me parece, estão sumidos do mapa ou escondidos em outras tarefas. Bem atender é uma arte. Seja no balcão, seja numa mesa de negócios. Que voltem os bons contatos de antigamente, aqueles que pareciam saber mais do negócio do que a própria empresa. Estão fazendo muita, muita falta no mercado.

http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna_col.asp?panorama=403&tipo=C

As diferenças entre o chefe e o líder na crescente complexidade do mercado

A palavra chefe no mundo corporativo não tem uma boa reputação devido à imagem de autoritarismo associada ao cargo. Por isso, aos poucos a expressão foi dando lugar a termos como gerente, gestor ou administrador, que tentam dar um aspecto mais simpático aos postos de comando das empresas. Por um período, antes do início deste milênio, falava-se em chefia e líder como sinônimos, conceitos separados nos anos 2000. Hoje, liderança é uma palavra que ganha cada vez mais valor entre as organizações e, ao mesmo tempo, é mal compreendida.

“Define-se chefia como um cargo e liderança com uma habilidade especial de interação e influência. O líder nunca é um carrasco”, afirma Paulo Motta, consultor e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Segundo o especialista, as expressões chefe, gerente e gestor são quase sinônimos, e nos últimos anos foram muito associadas ao papel do líder.

“Mas liderança lembra uma capacidade natural das pessoas influenciarem as outras. Num meio organizacional, as pessoas preferem ser lideradas no lugar de gerenciadas, supervisionadas, comandadas, controladas. Ninguém espera que o chefe seja um grande líder, mas se ele aprender algumas habilidades de liderança será um chefe melhor dentro deste contexto moderno”, explica Motta.

O consultor Paulo Nabuco, que atua na área de liderança e gestão de pessoas, ajuda a esclarecer a história dos comandos nas organizações. “A visão desse gestor antigo era baseada na cobrança por produção. Com o passar do tempo, o mercado passou a ter outras necessidades, entramos na fase dos benefícios, dos sindicatos. Com isso, o chefe não podia ser apenas um cobrador e começaram a surgir terminologias como gerente, gestor, que caracterizam um momento com novos valores”, assinala o professor convidado da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e dos cursos de extensão da Universidade Estácio de Sá.


http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=409&tipo=R

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Líderes inseguros e imaturos podem ver no bom profissional uma ameaça

Gestores imaturos podem ter esse tipo de comportamento e, inconscientemente, restringir a atuação do colaborador
Por Camila F. de Mendonça

Você é daqueles profissionais com bom desempenho, que realiza bem suas tarefas, é elogiado por gestores que estão acima dos seus líderes diretos, mas sempre que tem uma daquelas ideias que podem melhorar ainda mais os resultados da equipe e, por consequência, o seu desempenho, ela é barrada, e pelo seu líder? Cuidado, esse pode ser um sinal de que você representa uma “ameaça” para ele.

Posturas como essas por parte de alguns líderes, geralmente os mais centralizadores, não são exceção, na avaliação da diretora de Consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Neli Barboza. “É possível existir gestores com essa postura”, acredita. “Mas depende muito da maturidade desse líder”, conta.

Segundo ela, muitos gestores sentem que seu cargo pode ser tomado a qualquer momento por determinado profissional, principalmente, claro, por aquele que mostra resultados, tem boa convivência com a equipe e com outros líderes. Contudo, diz Neli, essa sensação pode ser apenas uma fase pela qual esse gestor passa, deixando-o mais fragilizado e inseguro.
A headhunter da De Bernt Entschev Human Capital Emmanuele Spaine, por outro lado, é enfática ao dizer que apenas líderes muito jovens podem enxergar em um subordinado uma ameaça. “É importante dizer que isso acontece apenas com aqueles que ainda não desenvolveram a segurança e a experiência para serem líderes”, afirma.

http://www.administradores.com.br/informe-se/administracao-e-negocios/lideres-inseguros-e-imaturos-podem-ver-no-bom-profissional-uma-ameaca/40377/

sábado, 13 de novembro de 2010

Circuito 4x1 de marketing digital chega a Salvador no dia 27

Chega a Salvador no dia 27 de novembro o "Circuito 4x1", já realizado em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Na capital baiana, o evento gratuito da área de Comunicação e Marketing acontece no Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge). O objetivo é compartilhar informação e discutir as novas diretrizes de mercado.

A iniciativa socializa informações e tendências comumente discutidas nos grandes eventos do setor no eixo RJ-SP e propõe novas discussões para estudantes, jovens profissionais e empreendedores, com auxílio de nomes de destaque da área de comunicação, marketing e e-business.

Entre os convidados com participação confirmada, estão Janaina Machado, consultora em Comunicação com 20 anos de experiência na Embratel; Maurício Vargas, presidente do portal Reclame Aqui - Consumidor 2.0: a grande revolução, maior site de reclamações de empresas do Brasil; e Marcel Ayres, sócio fundador da PaperCliq, de Salvador. Além deles, mais três palestrantes estarão presentes.

Os interessados em participar do circuito podem se inscrever pelo site do evento (acesse aqui) até 26 de novembro. As vagas são limitadas.

Cronograma, vídeos e demais informações também estão disponíveis na página do evento na internet.

http://www.atarde.com.br/posgraduacao/noticia.jsf?id=5648429

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Marketing e Web Marketing, qual é a diferença? Jameson Rangel


É realmente uma questão muito polêmica, mas só quem estuda e conhece as características e detalhes do funcionamento da Internet como forma de realização de negócios pode entender que as diferenças existem e são muito sutis.

Primeiro temos que deixar bem claro que marketing não é publicidade, propaganda ou promoção de um produto ou serviço. Tudo isso na verdade faz parte de um composto de marketing. Se fossemos traduzir marketing ao pé da letra poderíamos dizer que significa “mercadando” ou comercializando produto de um determinado mercado. Uma boa definição para marketing pode ser: “A maximização do processo de comercialização de um produto ou serviço, desde sua produção até a entrega ao cliente, buscando superar suas expectativas a cada momento”.

Portanto podemos dizer que fazer marketing é fazer tudo de forma correta na empresa, buscando sempre atender o cliente com excelência, para proporcionar a fidelização dele. Sendo assim, preocupar-se ao máximo com os mínimos detalhes nos processos desenvolvidos na empresa é uma forma de marketing. Preocupar-se com a qualidade cada vez melhor dos produtos e serviços é marketing. Atender e superar as expectativas dos clientes é marketing.

E web marketing, o que é? É muito simples. Se tudo que vimos é marketing, web marketing é fazer tudo isso com o foco e a operação na Internet.

Muitas pessoas confundem e acham que web marketing é somente publicidade ou propaganda na Internet. É isso também, mas existem outras atribuições, tais como:

• Pesquisa de mercado para a Web Site

• Planejamento estratégico da Web Site

• Análise de estatísticas de acesso da Web Site

• Divulgação e promoção da Web Site

• Planejamento de campanhas publicitárias

• Treinamento e capacitação da equipe

• Maximização das oportunidades

• Marketing de relacionamento via Internet

Sendo assim, podemos dizer que web marketing é: “A maximização do processo de comercialização de um produto ou serviço, desde sua produção até a entrega ao cliente, buscando superar suas expectativas a cada momento, porém via Internet”.

Ok, mas é só o fato de se estar na Internet? Qual é a principal diferença? Se considerarmos os bons e velhos 4 P’s (Produto, Preço, Promoção e Praça) como referência, podemos observar uma diferença que é fundamental.

Na Internet também temos 4 P’s, porém um deles sofreu uma modificação radical. O P de Praça. Agora não temos só uma área física delimitada por espaço real ou fronteira geográfica. Agora nossa “praça” é o mundo inteiro. Dizemos então que o novo conceito dos 4 P’s pode ser definido por Produto, Preço, Promoção e Planeta.

Aliado a isso temos uma poderosa ferramenta que nos transporta de um local para outro ou de um site para outro em apenas um click. É o efeito do hyperlink, que poucos sabem aproveitar corretamente.

Se seu site não está trazendo resultado para sua empresa, pense um pouco e veja se não é hora de cuidar melhor dele para que isso se modifique.

Para acessar o CV do autor, clicar em seu nome no início deste artigo. Para contatá-lo, envie e-mail para: atendimento@consultores.com.br

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

David Ulrich: as verdadeiras virtudes dos líderes dentro das equipes

A liderança é um atributo nato ou algo que se constrói ao longo da vida? Especialistas, empresários e demais pensadores, de diversas áreas, sempre discutiram sobre essa questão, sem nunca terem chegado a um consenso. Entretanto, não há quem discorde de que um líder, independentemente de ter nascido ou ter sido formado para liderar, precisa carregar consigo uma série de variáveis que, juntas, vão ser responsáveis por caracterizá-lo com tal.

David Ulrich, um dos maiores nomes do mundo quando o assunto é liderança, em entrevista exculsiva ao Portal Administradores, explica que mais da metade das características de um líder estão concentradas em cinco pontos. São eles: proficiência pessoal, estratégia, execução, gerenciamento de talentos e desenvolvimento de capital humano.

Segundo Ulrich, proficiência pessoal significa estar preparado para controlar o stress e ter autoconhecimento para lidar com as demandas. Já em relação à estratégia, ele diz que é preciso saber planejar o futuro e compartilhar os pontos de vista com os outros, de modo que seja possível trazê-los para seu lado. E a capacidade de execução é referente à competência para efetivar mudanças.

As outras duas questões, gerenciamento de talentos e desenvolvimento de capital humano tocam, certamente, nos âmbitos mais sensíveis da liderança, que é o apoio ao crescimento individual e coletivo dos liderados. Segundo Ulrich, é pela eficiência nessas duas atividades que passa a ser possível "construir talentos para o futuro para beneficiar a organização ou a companhia".

Na hora das mudanças

"Para as mudanças terem sucesso, comunicação é a chave. O líder não pode esperar que os liderados o sigam se eles não forem informados sobre os planos para o futuro e de quais devem ser suas contribuições para as mudanças", afirma Ulrich.

"Cada indivíduo tem que entender como as mudanças vão beneficiá-lo – a velha pergunta 'O que há para mim?' deve ser respondida por todos os envolvidos na mudança. Comunique-se antes e durante todo o processo de transição", complementa o guru.

Quem é David Ulrich

Norte-americano, é professor de Management na Ross School of Business da Universidade de Michigan e autor de mais de 100 artigos e 15 best-sellers. Além disso, David Ulrich é palestrante, coach e consultor. É tido como um dos maiores nomes no meio empresarial quando o assunto é liderança.

No dia 10 desse mês, David Ulrich estará em São Paulo, encerando a HSM Expomanagement, com a palestra "O Código da Liderança". Para conferir a programação completa do evento, clique aqui.

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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Congresso discute o futuro da comunicação corporativa no Brasil

Quais os rumos da comunicação empresarial do Brasil? Esse foi o questionamento do 4º congresso realizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), no dia 29 de outubro. Sob a projeção de um céu estrelado na cúpula do Planetário, no Rio de Janeiro, pensadores e profissionais do mercado debateram as transformações que o setor está vivendo.

“Os temas que discutimos hoje, como comunicadores, são temas da comunidade de destino. É um mundo que ficou muito complexo”, descreve Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje e professor da ECA-USP. “Hoje, no Brasil, estamos vivendo um apagão profissional. Está faltando comunicador dentro das demandas que essa sociedade complexa tem. Estamos obesos de informação e famintos de significado e sentido”, analisa o professor.

Segundo Carlos Messeder, diretor da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM-Rio), questões estabelecidas há tempos começam a ser repensadas. “O campo de poder começa a invadir o espaço das autoridades discursivas, que estavam acomodadas. Essa desautorização é muito forte e evidente, pois a comunicação digital altera o papel dos autores e o paradigma do setor”.


Mídias Sociais

O primeiro debate do 4º Congresso de Comunicação Empresarial Aberje foi sobre o desafio das redes sociais para o comunicador. Carlos Nepomuceno, diretor da Pontonet e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi o incentivador da discussão entre José Cláudio Terra, sócio-presidente da TerraFórum Consultores; e Fábio Cipriani, gerente da área de consultoria da Deloitte. O acadêmico contextualizou porque a web veio ao mundo.

“Quando ocorre um aumento explosivo da população – de 7 bilhões nos últimos 200 anos – é preciso criar um novo ambiente de informações. As mudanças geradas pela invenção do livro impresso fundaram uma nova civilização, assim como a internet, que vem para resolver uma crise produtiva”, ressalta Nepomuceno, que prevê uma mudança de paradigma: “Estamos alterando um modelo de controle informacional”.

Para José Cláudio Terra, que trabalha desde 1995 com internet, as organizações precisam entender a nova realidade da comunicação. “As empresas se preocupam com lucros crescentes. Mas para isso elas precisam de licenças sociais, pois qualquer desvio de conduta implica uma consequência imediata. A pressão dos stakeholders é muito maior com as redes sociais. Com isso, a licença social para operar é maior que antes, quando o controle da mídia era maior.”

Segundo Fabio Cipriani, o assunto já chegou à cabeça do presidente. O gerente da Deloitte contou que sua própria empresa não permitia o uso do Twitter entre os profissionais. Recentemente, ele conseguiu reverter a censura. “As organizações têm olhado como uma ameaça, mas aos poucos vão entendendo o valor. Não tem como barrar algo que não se tem o controle”, afirma.

Esse tipo de tentativa de controle sempre ocorreu, de acordo com José Cláudio Terra, que desviou a conversa para 20 anos antes. “Quando comecei a trabalhar, ter um ramal era sinônimo de status na organização. Em meados de 1995, quem podia utilizar os e-mails eram os diretores e suas secretárias. No final dessa década vieram os sites corporativos”, recordou o consultor, que chegou aos dias atuais. “Há cinco anos começou essa onda 2.0. Durante duas décadas eu vi isso: as novidades de comunicação são seletivas, de acordo com um modelo de poder. As restrições continuam as mesmas”, completa.

A comunicação corporativa praticada no Brasil recebeu críticas de Carlos Nepomuceno. Para ele, o setor não está preparado para as mudanças. “O departamento de comunicação não veio para resolver críticas, mas para escondê-las. As empresas precisam se preparar para dialogar e abrir seus canais de comunicação para a inovação. Esse é o desafio.”


Copa do Mundo e Olimpíadas

Outro tema discutido no congresso foi a preparação dos comunicadores para a realização de grandes eventos esportivos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que ocorrem em 2014 e 2016, respectivamente. Entre os palestrantes, foi unânime a expectativa de grandes oportunidades para a comunicação empresarial brasileira.

“São grandes eventos que despertam atenção, interesses e negócios. Isso cria uma oportunidade enorme para a comunicação”, comenta Carina Almenida, sócia-diretora da Textual.

A jornalista e economista ressaltou que não basta patrocinar. “É preciso investir muito em relacionamento, comunicação institucional, eventos. Isso que diferencia a marca, pois já existem muitos patrocínios. O fundamental é pensar conteúdos relevantes, entendendo a associação poderosa do esporte.”

O Instituto Superar, responsável pela comunicação do Comitê Paraolímpico Brasileiro, foi apresentado como exemplo de oportunidade bem aproveitada. Segundo dados do instituto, o retorno financeiro estimado a partir da visibilidade na mídia teve um salto expressivo nas últimas paraolimpíadas: R$ 4,3 milhões em Sydney (2000); R$ 47 mi em Atenas (2004) e R$ 68 mi em Pequim (2008).

“Ningúem entende de paraolimpíadas, mas a comunicação mudou esse panorama. A comunicação fez com que uma pessoa deixasse de ter vergonha de ter uma deficiência para sentir orgulho de participar e representar o Brasil”, ressaltou Marcos Malafaia, presidente da entidade sem fins lucrativos.

A mesa também debateu sobre a carência na capacitação do comunicador. “Cerca de 80% dos profissionais que contratamos vêm do jornalismo, que têm problemas de formação. Primeiro a questão do atendimento, que passa batido na formação do jornalista; segundo, o lado comercial. Precisamos preparar esses profissionais para essas funções”, analisa Flávio Castro, diretor da FSB Comunicações.

Gaetano Lops, diretor-geral da Rio 360 Comunicação, concordou com Flávio Castro e clamou por bons comunicadores. “Se fala muito sobre infraestrutura e recursos, mas se comenta pouco sobre as pessoas, a mão de obra qualificada. Precisamos de profissionais treinados, para que fique um legado profissional no país.”

http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=399&tipo=R

Quando elas comandam




O tabu de que os homens são os mais eficientes para altos cargos executivos, enfim, está acabando. Cada vez mais mulheres estão ganhando espaço em cargos gerencias, como principais executivas de empresas e até como chefes de Estado.

No último dia 31 de outubro, o Brasil demonstrou esse fato e elegeu a primeira presidente mulher de sua história. Dilma Rousseff vai entrar para um restrito "clube" de líderes de nação que conta hoje com 17 mulheres. Entre elas estão a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

Outras duas mulheres também exemplos dessa transformação e que ocupam altos cargos empresariais são: Maria das Graças Foster, diretora de Gás e Energia da Petrobras, e Luiza Trajano, diretora do Magazine Luiza. Essas duas brasileiras se tornaram símbolos de competência e sucesso na América Latina.

Por sinal, até em áreas consideradas restritamente "refúgio dos homens", essa realidade está se alterando. Na Inter.net, agência de tecnologia que oferece serviços na área de Tecnologia da Informação, por exemplo, a competência venceu o machismo. A filial da empresa aqui no Brasil foi construída em 2001, e desde o início quem preside é a Alessandra Zanetti. Ela, por sinal, é a única mulher a ocupar o cargo de CEO em todas as 13 filiais da empresa e uma das raras executivas no cenário da tecnologia, incluindo TI, Telecom e Digital.

Em um bate papo exclusivo com o www.administradores.com.br, Alessandra falou da difícil trajetória de chegar e manter-se no cargo, além dos desafios e transformações da mulher de hoje.


1 - A área de TI é conhecida por ser uma área de atuação quase exclusiva de homens. Como foi chegar ao cargo de presidente da Inter.net e manter-se a tanto tempo na função?


Não foi fácil chegar a este cargo. Foi necessário muito trabalho duro e determinação para provar que eu seria capaz de administrar e reerguer uma empresa do porte da Inter.net brasileira. Manter-se na função foi ainda mais complicado. Superamos a crise da bolha "pontocom" no início de 2000, em que fui responsável por toda a reestruturação da Inter.net para adequar a empresa a um modelo de empresa multifuncional, versátil e inovador que continua até hoje. Como mulher e profissional, tive que mostrar muito mais resultados do que o esperado para provar que eu merecia permanecer onde estava.


2 - Chegou a sofrer algum tipo de preconceito machista durante esse período?


Acredito que todo bom profissional, seja homem ou mulher, deve ter comprometimento, senso de liderança e responsabilidade. Como há uma predominância de homens no mercado de tecnologia, é normal haver uma dificuldade a mais para as mulheres em se posicionar e destacar neste setor em específico. Mas, no meu caso, nunca tive que provar que sou competente pelo fato de ser mulher apenas, e nem de sofrer preconceito machista declarado. Já senti uma hesitação e até surpresa por parte de quem me conhece pela primeira vez e vê que sou CEO de uma empresa de tecnologia, pelo próprio motivo de ser raro encontrar mulheres presidentes no ramo em que atuo. Mas, felizmente, nunca passei por uma situação de tratamento discriminatória e ofensiva.

3 - É difícil gerenciar uma equipe recheada de homens?


Não, pelo contrário, é uma convivência harmoniosa, respeitosa e bastante enriquecedora. Prezo pelo trabalho com homens dedicados, criativos e proativos. Na Inter.net, temos uma seleção rigorosa de quem irá trabalhar conosco. Nossa escolha não é só baseada em diferenciar pessoas capacitadas na área de TI e Telecom, mas profissionais comprometidos e que saibam trabalhar em equipe. Assim, aprendo muito com eles e não deixo qualquer desentendimento ou dúvida atrapalhar o relacionamento e a comunicação entre nós. Além disso, os homens têm uma visão extremamente pragmática e focada dos negócios, além de ter um posicionamento mais equilibrado e ponderado na forma de pensar e agir. Isso faz toda diferença quando você tem que gerenciar e liderar uma equipe.

4 -O que você acredita ser eficaz para gerar mais produtividade entre esses colaboradores? Para isso é preciso ter pulso firme ou utilizar o perfil "mãezona"?



Estimular a criatividade e novas ideias, valorizar o bom desempenho e estabelecer, sempre, uma comunicação aberta e colaborativa com todos. Há ocasiões em que é preciso ser rígida e ter pulso firme, principalmente quando se tomam as decisões ou surgem conflitos. Mas, da mesma forma, é necessário saber compreender e ouvir, afinal, você lida com pessoas, que têm sentimentos e emoções e são iguais a você. Isso é mais fácil para as mulheres, que costumam demonstrar um lado afetivo e emocional maior, o que é uma grande vantagem sobre os chefes homens. Saber equilibrar o emocional e racional é a chave para as executivas e líderes mulheres.


5 - Maria das Graças Foster (pela Petrobrás) e Luiza Trajano (pela Magazine Luiza) são líderes internacionalmente respeitadas pelo brilhante trabalho que fazem em seus setores. Elegemos também nossa primeira presidente. Você acredita que, enfim, as mulheres estão sendo mais reconhecidas pelo seu trabalho e, por isso, conquistando mais cargos gerenciais?



Sim, não tenho dúvidas disso. A inserção das mulheres no mercado de trabalho vem ocorrendo com grande força nos últimos anos, o que é excelente para o crescimento da independência e autonomia feminina na sociedade atual. As mulheres de hoje estão desenvolvendo seus estudos e sua carreira, atingindo o posto de liderança que, antigamente, era restrito apenas aos homens. Acho isso uma conquista extraordinária e tenho orgulho disso como mulher, pois, apesar dos entraves e dificuldades que as mulheres sofrem ainda, conseguimos avançar muito em termos de perspectiva profissional, pessoal e financeira.

6 – E sobre o mercado de Tecnologia da Informação? Você acredita que será possível desassociar essa profissão como "área geralmente para homens" e ter uma igualdade de profissionais de ambos os sexos em breve?



Sim, certamente. Já estamos observando um número expressivo de mulheres assumindo cargos de liderança nesta área de TI e isso é uma tendência para os próximos anos. Vamos ver cada vez mais mulheres se destacando em suas respectivas posições, o que inspira e estimula novas mulheres a se aventurarem por este mercado, que não necessariamente deixará de ser dominado por homens, mas contará com brilhantes contribuições femininas.

http://www.administradores.com.br/informe-se/entrevistas/carreira-recursos-humanos/quando-elas-comandam/25/